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quarta-feira, maio 10, 2006

Será que um dia os alimentos nos faltarão?








Hoje, quando olho à minha volta e vejo as minhas crianças a aprender, a sorrir, a brincar apesar das suas amarguras e angustias silenciosas e que jamais conseguirei vislumbrar, sinto ainda algum alívio por " as minhas crianças" por enquanto ainda têm acesso aos alimentos em quantidadde e qualidade aceitável, ( penso eu). Por vezes não lhes consigo esconder o meu desagrado quando as vejo deitar fora uma peça de fruta, esmagar um iogurte ou um pacote de leite contra o asfalto da estrada ou a deitar metade de uma sandes no caixote do lixo. A minha primeira reacção é de indignação porque sempre fui educada para não deitar comida fora, costumavam dizer :" é pecado deitar pão fora" " não se pode estrgar nada" " os animais tambémprecisam de comer"., não me lembro de haver recolha de lixo naquela aldeia, as ruas e ao redor das casas estava sempre tudo limpo e asseado.Esses ensinamentos e essas recordações ainda estão presentes no meu consciente e inconsciente. Os momentos que testemunhei quando cheguei a Portugal em 1974 eram de escassez e pouca variedade de alimentos, as pessoas alimentavam-se do que produziam na agricultura, e da criação de animais domesticos.As mesmas pessoas não desperdiçavam nada, tudo era muito bem aproveitado , não havia muitos restos de comida e as cascas eram para alimentar os animais. Confesso que senti um grande choque, não estava habituada ao modo de vida das pessoas que aqui encontrei. As pessoas não passavam fome , aparentavam saúde e trabalhavam arduamente nos campos de manhã à noite, mas não tinham à disposição a quantidade de alimentos que hoje têm e nem tão pouco dinheiro para as adquirir. De facto mas não tinham acesso aos alimentos em quantidade e qualidade que é defendida pelas organizações como a FAO. Apesar de estar habituada a um modelo consumo muito mais abastado, muito semelhante ao que actualmente vivemos, em que o nível de vida era muito razoável, com direito a muitos luxos, acabei por me adaptar às circunstâncias e é com uma tremenda saudade que recordo esses tempos mais difíceis, mas que me aproximaram mais da natureza e da dureza da vida, do trabalho do campo, foram esses momentos em que a minha mãe não me podia dar os gelados, as coca-colas, os biscoitos, bolinhos e outras gluseimas a que estava habituada que me educaram e me ajudaram a formar este sentimento de respeito pelo pão de cada dia e pela consciencia de que "não temos nada na mão".
Isto tudo porquê? Porque quando se fala tanto da erradicação da pobreza e da fome no mudo e nada parece contribuir para que essa calamidade tenha fim. De facto esta preocupação tem dado origem aos mais variados movimentos de solidariedade e iniciativas diversificadas no sentido de involver e cooresponsabilizar os paises mais ricos no auxilio dos mais pobres.


A criação do Dia Mundial da Alimentação, 16 de Outrubro, foi uma das iniciativas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, no sentido de alertar as estruturas de poder e os cidadãos paraos problemas relacionados com a alimentação no mundo como a fome, a desnutrição a segurança alimentar. A comemoração do Dia Mundial da Alimentação foi escolhido em 1945 no Quebec, Canadà com a participação de 147 países menbros. No entanto , só a partir de 1981, se iniciaram as comemorações, dando destaque a um tema específico. Desde então vários comitês nacionais , escritórios regionais e organizações não gorvernamentais tem desenvolvido acções de mobilização apelando à sociedade cívil e as instituições privadas no sentido de todos encontrarem soluções para os problemas de fome no mundo e que se lute para que um dia todos tenham acesso a aos alimentos em qualidade e quantidade.

Mandar alimentos para os mais pobres, só não chega, o banco alimentar contra a fome apenas remedeia, não resolve. Sabesse que enquanto alguns morrem literalmente de fome e não apenas desnutrição, outros morrem por doenças causadas por excessos alimentares.
Quando se comemora na escola o Dia Mundial da Alimentação, de que é que se fala? de Alimentação saudável, roda dos alimentos, pirâmides alimentares, alimentos e mais alimentos... preparam-se refeições etc, etc.



Porque não falar dos reais problemas da alimentação no mundo, nos problemas ambientais que limitam os recursos naturais, como a destruição de habitats, perda de biodiversidade a poluição dos ar da água dos solos, os resíduos perigosos provenientes sitemas dos sitemas agroindustriais, nas cadeias de transformação e conservação dos alimentos, nos custos e benefícios, da transnacionalização do mercado e da globalização etc.


A educação alimentar passa por muito mais do que ensinar o que se deve ou não deve comer, dos alimentos saudáveis que fazem bem à nossa saúde e a dos outros? E o desperdiçio que assistimos? O comsumismo desenfreado é o comer sem ter fome .
Erradicar a fome não diz só respeito aos outros, às nações Unidas, aos políticos, aos governantes, às ONG. Não está assim tão longe de cada um de nós . E se um dia os alimentos nos faltarem, como vamos resolver o nosso prolema? A Ajuda internacional?